Os rebeldes pró-Rússia no leste da Ucrânia acusaram as forças do governo ucraniano de atacarem uma aldeia nesta sexta-feira (18), enquanto a Rússia noticiou que mais unidades de infantaria e tanques estavam voltando para suas bases, em contraste com os temores ocidentais de uma iminente invasão russa.
Pelo segundo dia consecutivo, separatistas pró-Rússia que estão em guerra com a Ucrânia há anos disseram ter ficado sob fogo de morteiros e artilharia das forças ucranianas, de acordo com a agência de notícias Interfax.
O governo ucraniano e os rebeldes trocaram acusações pela escalada de tensão após os ataques na quinta-feira (17), provocando receios de que a Rússia, que reuniu mais de 100 mil soldados perto das fronteiras da Ucrânia, pudesse se envolver.
O Kremlin disse na quinta que estava “profundamente preocupado” com a escalada na Ucrânia e que estava observando a situação de perto. Os Estados Unidos disseram que a Rússia estava procurando um pretexto para a guerra.
A Ucrânia e os separatistas pró-russos estão em conflito há oito anos, e um cessar-fogo entre as partes é violado frequentemente, mas a intensidade dos combates aumentou notavelmente nesta semana.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse na quinta que a Rússia está preparando um pretexto para justificar um possível ataque à Ucrânia, cuja ambição de um dia aderir à aliança militar Otan enfureceu Moscou.
Na maior crise de segurança da Europa em décadas, a Rússia reuniu tropas, tanques e armas pesadas nas fronteiras da Ucrânia e exigiu garantias de que Kiev nunca irá ingressar na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), algo que o governo ucraniano se recusou a fazer.
Mesmo assim, a Rússia diz não ter intenção de invadir a Ucrânia e acusa o Ocidente de histeria por causa de sua presença militar nas fronteiras, dizendo que algumas de suas tropas já voltaram para as bases.
Os líderes ocidentais, no entanto, dizem que a Rússia continua sendo capaz de lançar uma invasão a qualquer momento.
Os esforços diplomáticos continuarão nesta sexta-feira, quando Biden fará uma videoconferência com os líderes do Canadá, França, Alemanha, Itália, Polônia, Romênia, Reino Unido, União Europeia e Otan.
Redação: Rádio SIM FM | 18/02/2022